E.M.P.L.E.O. Manaus análise e estratégias para a inserção de refugiados e migrantes venezuelanos no mercado de trabalho Manauara
Autor
Castello, Graziela
Comin, Alvaro A.
VieiraMonise Picanço, Priscila
Callil, Victor
Fecha
2020Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Manaus é casa para pouco mais de 1% da população brasileira, em Manaus também moram 7,5% dos refugiados e migrantes venezuelanos que residem no país. Das 5 milhões de pessoas que deixaram a Venezuela nos últimos anos, cerca de 265 mil vieram morar no Brasil. Dessas, aproximadamente 20 mil residem na capital Manauara. São homens, mulheres e crianças que escaparam de situações de precariedade em seu país ou que vieram em busca de melhores oportunidades e condições de vida, tendo encontrado na capital do Estado do Amazonas um lugar para recomeçar. Embora mais de 60% dos refugiados e migrantes venezuelanos residentes em Manaus tivessem declarado, em entrevistas efetuadas para esta análise, que a vida melhorou muito ou um pouco nos últimos anos, encontrou-se 70% deles vivendo em situação de extrema pobreza (segundo definições do Banco Mundial). De fato, dos 14 mil que são parte da população economicamente ativa (PEA), ou seja, que já estão em idade para trabalhar, pouco mais de 1.000 têm efetivamente um emprego formal. Dessa forma, se estima serem aproximadamente 13 mil aqueles que estão trabalhando sem carteira assinada, por conta própria ou que estão desocupados.
A situação é ainda mais precária entre as mulheres, com 55% se declarando desocupadas, situação também declarada por 35% dos homens. Foi também concluído que o rendimento mensal médio entre os homens é de R$ 723,00 e, entre elas, de R$ 449,00, ambos significativamente mais baixos do que a média do cidadão manaura (78% e 70% mais baixo, respectivamente).
Uma inserção laboral adequada é condição fundamental no processo de integração da população venezuelana no Brasil. É preciso garantir-lhe um acesso efetivo ao mercado de trabalho e a renda, para que cada um desses indivíduos possa sustentar suas famílias, e, com o tempo, desenvolver estratégias de desenvolvimento profissional e adquirir a sua autonomia econômica.
O mercado de trabalho em Manaus tinha, no final de 2019, cerca de 497 mil postos de trabalho formais. A economica local
encontrava-se até ao ano transato em lenta recuperação desde a crise econômica que o país viveu entre 2014 e 2016. Desde 2017, Manaus gerava uma média de 6 mil novos postos de trabalho ao ano.
Ainda não é possível calcular o impacto exato da pandemia de COVID-19 no tamanho do mercado de trabalho manauara. É razoável, porém, esperar uma contração em 2020, com um segundo ciclo de recuperação a iniciar-se já partir de 2021, caso se efetive um eventual controle da crise sanitária. Este deve ser impulsionado pelos mesmos setores que vinham impulsionando a economia desde 2017: Comércio; Saúde; setor de Segurança e Conservação Predial; alguns setores da Indústria; setor de Transporte e Logística; a Construção Civil; e alguns subsetores de Serviços (como Limpeza e Tecnologia da Informação).